Tendências e lacunas na literatura sobre palmeiras nativas da Mata Atlântica Brasileira
Amanda Freitas Cerqueira, Maíra Benchimol, Catriane Sousa‐Santos, Inajara Marques Bezerra, Martielly Santana dos Santos, Ândrea Carla Dalmolin, Fernanda Amato Gaiotto, Marcelo Schramm Mielke- Ecology
- Ecology, Evolution, Behavior and Systematics
Resumo
As palmeiras (Arecaceae) exercem grande relevância na estrutura e funcionamento dos ecossistemas de florestas tropicais, além de compreenderem recursos‐chave para animais frugívoros. Entretanto, muitas espécies estão atualmente em risco de extinção devido à superexploração e/ou perda de habitat. Nosso estudo visou realizar uma revisão sistemática com uma abordagem cientométrica de todas as 78 espécies de palmeiras nativas da Mata Atlântica brasileira, buscando identificar as espécies e regiões mais bem estudadas, principais tópicos estudados, padrões gerais, tendências e lacunas na pesquisa científica associada a esta família botânica. No total, foram realizados estudos para 48 espécies pertencentes a 10 gêneros, com o número de estudos aumentando exponencialmente a partir dos anos 70 e exibindo grande diferença no número de publicações entre as espécies. Euterpe edulis foi a espécie mais estudada (n = 274), seguida por Acrocomia aculeata (n = 205), enquanto Bactris bahiensis (1), Geonoma litoralis (1), Syagrus santosii (1) e Trithrinax acanthocoma (0) foram as espécies menos estudadas. O maior número de estudos foi realizado nos estados do sudeste do Brasil. Com relação ao tipo de estudos, 34% e 27% estavam relacionados a propriedades bioquímicas e processos ecológicos, respectivamente, enquanto os estudos sobre entomologia (n = 26), cultura de tecidos (n = 23) e taxonomia (n = 7) representaram o menor número. Dado o papel fundamental das palmeiras nas florestas tropicais, nosso estudo sugere que as pesquisas futuras devem se concentrar em espécies menos estudadas, incluindo Desmoncus spp., Geonoma spp. e Trithrinax sp. e em algumas áreas menos estudadas, como a porção nordeste da Mata Atlântica.